Divulgação da Fic ( desabafo de uma mente de lembranças )

Pra quem conhece a menina que escreveu.....Lembre-se que independente da idade sempre é possuivel levantar e continuar lutando, não importa o quanto as coisas estejam horriveis....

Cap. 1: O abandono

Haviam gritos, discussoes e escutava do meu berço o ruido de coisas pesadas caindo e vasos stilhaçando-se no chao. De repente escuto uma coisa afiada cortando alguma coisa. Eu nao tinha coragem àquela altura nem mesmo de chorar, havia medo do que podia acontecer se eu fizesse barulho algum. Entao a minha porta abre-se em um soco, e vejo o vulto de minha mae no meio da madrugada. Ela segurava o choro e sussurrava afagando meu rosto com a mao suja de sangue:
-Vai ficar tudo bem minha filha..Eu prometo...
Entao ela me retirou do berço e me colocou em algo oval e saio correndo da nossa casa.Estava tudo escuro, era de noite, eu tinha apenas 1 ano de idade e estava ja começando a ficar assustada.Procuro minha mae com os braços no meio da nevoa, mas consigo tocar somente sua mao carregando uma especie de cesto onde eu estava dentro. Sinto que ela estava andando apressada, e podia sentir também o seu nervosismo e sua tristeza.Começo a choramingar com medo do que poderia estar acontecendo, com medo do desconhecido. Sem parar com os passos apressados, escuto as unicas palavras rompendo o silencio da madrugada.
-Shh!!
Ela nao queria acordar ninguém da vizinhança. Entao depois de alguns instantes seus passos pararam e ela ficou imovel
olhando para alguma coisa no meio do nada. Tentei levantar a cabeça para ver o que era e enchergo somente uma porta
escura, os vidros um pouco quebrado e grades enferrujadas. Me volto pra frente procurando o rosto de minha mae, com os olhos imoveis de medo. Me sinto ser colocada no chao e estico os braços na direçao da minha figura materna, precisando de pelo menos um ultimo abraço. Ela se abaixa na minha direçao e me pega no colo sussurrando com a voz tremula.
-Eu vou te amar pra sempre...
E volta a me colocar no cesto com relutancia. A vejo no meio da escuridao dar um sorriso dolorido e colocar do meu lado
uma foto que eu ainda guardo por mais que estivesse ja amassada e muito rasgada pelo desgaste do tempo. Entao a vejo se afastando e desaparecendo no meio da escuridao. Essas foram as ultimas lembranças que tive da minha mae biologica com quem sonho até hoje. Acabei adormecendo naquele cesto depois disso. Quando acordei estava em um berço junto com uma garota que regulava de idade comigo, tinha os cabelos loiro escuros, quase um tom de mel, e os olhos escuros. Vestida com roupas esfarrapadas e rasgadas que pareciam-lhe grandes demais pra o seu corpo tao infantil, ja estava acordada e sentada no berço enquanto brincava com uma boneca com uma perna so. Eu me sentei de frente pra ela e olhei atraves das grades da cama em volta, nao encherguei nada que pudesse me lembrar de ja ter visto antes. Entao rapidamente fitei a garota na minha frente mas, antes que eu pudesse tentar me aproximar dela, vejo dois braços estranhos ergue-la do berço. Em seguida vejo dois braços estranhos também me levantar dali e em protesto começo a chorar assustada. Para onde iriam me levar? Onde estava a minha mae? Onde EU estava? Em seguida tento acompanhar os locais por onde passava para ver se conseguia reconhecer algum deles, ou ter uma ideia de onde haviam me deixado. Em panico sem piscar com a respiraçao falha, me viro pra frente, vendo uma porta oscilatoria abrir-se na minha frente mostrando-se visivel um local cheio de mesas velhas, circuladas por crianças machucadas, com suas vestes ja surradas, em silencio comendo um pedaço de pao cada. Nenhuma delas parecia reparar ou se importar em onde estavam e o que estava acontecendo. Entao me colocaram sentada em uma cadeira com um prato de farinha de milho com agua na minha frente. Procuro com o olhar ainda frivolo de medo, o rosto de quem havia me dado aquela comida. Vejo uma garota que deveria ter seus 11 ou 12 anos sentada na minha frente com uma colher, sem muito interesse em se perguntar se eu estava com fome ou nao. Ela agilmente segura com dois dedos o meu rosto forçando-me abrir a boca e colocando a colher com a comida na minha boca. Tento cuspir a comida de volta mas recebo um tapa no rosto como resposta e ela fala entre dentes irritada.
-Abre essa boca, engole e nao reclama pirralha!
Em panico nao havia coragem nem de chorar, somente obedeci o que ela mandava segurando as lagrimas. A comida nao tinha gosto e era em quantidade o suficiente somente pra enganar a fome. Entao apos 2 colheradas vejo a garota se virar para ver se nao estava ninguém olhando e começar a comer a minha comida. Faço cara de indicio de choro porem ela me olha sussurrando furiosa.
-Se alguém descobrir isso eu faço voce comer baratas da proxima vez pirralha!
Engoli seco o meu choro com dificuldade, mas sabia que se nao obedecesse ali, minha vida iria se tornar o perfeito inferno. Entao a garota quando termina de comer a minha comida, me levanta da cadeira e me leva de volta para aquele quarto onde estava quando acordei. Ainda em panico pra reagir em qualquer forma, sou jogada de qualquer jeito no berço novamente, batendo com as costas na grade. Porém minhas experiencias passadas haviam me ensinado que se eu chorasse iria acabar sendo pior pra mim. Entao engulo seco o choro olhando fixamente para o nada, em silencio absoluto.

ain DD;

Lembra Kath???? DDDD=