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One Post - Amy — Ventos traiçoeiros

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Mensagem por Hefesto Qua Set 26, 2012 11:17 pm


Um estranho fenomeno começou a preocupar os humanos, uma vez que a nevoa não os permitia ver o que se passava. Pessoas eram arrastadas pelos ventos e desapareciam assim como fortes ventanias causando estragos. Quíron enviou Amy em busca de um Anemoi Thuellai responsável por essa bagunça toda, assim como um pedido de ajuda de uma outra filha de Apollo, a qual tinha tido seu bracelete solar roubado pela criatura.

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Mensagem por Hefesto Qui Out 04, 2012 1:30 pm

Prazo extendido até 07/10/2012
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Mensagem por Amy Saphire Sex Out 05, 2012 10:29 pm



Eu estava em um penhasco. Embaixo de mim, o oceano gélido, quase completamente coberto por uma camada de névoa, tinha um estranho tom de cinza, que era perturbador. O vento frio soprava, fazendo com que eu rangesse os dentes e apertasse os olhos. A garganta doía. Os lábios estavam secos. Meus cabelos estavam soltos, confundindo minha visão; mas nada disso era o pior, e sim a aflição cortante que eu sentia em meu coração. Eu precisava tomar uma decisão, alguma coisa sussurrava isso no meu ouvido. O prazo que eu tinha para tomar essa decisão era curto... E, no geral, não gostava de ser pressionada.

Abri os olhos lentamente. Minha vontade seria continuar dormindo pelo resto do dia, mas como conselheira isso não era uma escolha. Xinguei baixinho antes de me sentar na cama, encostando a ponta dos dedos do pé no chão gelado. Um arrepio correu pelo meu corpo ao sentir o frio, e gritei:

- Quem tirou minhas pantufas daqui?

Ninguém respondeu. Percebi que o chalé estava vazio, e que, novamente, eu estava atrasada para o café, para os treinos e todas as atividades. Sr. D. ia me dar um sermão e, com certeza, me humilhar na frente de todo mundo. Esse pensamento me deixou de mau humor. Com raiva, escovei os dentes, coloquei minha blusa velha do Acampamento, shorts jeans e sandálias. Prendi em meu pescoço o colar que havia ganhado de minha patrona, e saí do chalé com meu arco e minhas flechas. Geralmente, eu sempre ia em direção à arena flechar alguns bonecos de palha, mas hoje meu rumo foi o chalé 2. O lugar sempre me acalmava quando eu estava chateada.

Como de costume, ninguém, a não ser os devotos, entra no chalé 2. Não é um lugar pra se morar, e sim uma homenagem para minha rainha. Dentro da elegante construção há apenas uma lareira e uma estátua gigante de Hera. Fitei a estátua. Pode parecer loucura, mas no fundo eu sabia que ela poderia me ouvir. E não existe nada melhor do que abrir o coração com uma construção de pedra, claro.

- Lady, não sei o que fazer. Se eu tiver mesmo que tomar uma decisão... – Dei uma pequena pausa, suspirando. – Me ajude.

Fiz uma pequena reverência e me retirei. O céu estava nublado, haviam poucos campistas na arena, até porque uma chuvinha de nada sempre assusta esses maricas. As filhas de Deméter faziam crescer margaridas no telhado de seu chalé. As filhas de Afrodite se maquiavam. Alguns de meus irmãos bobocas se exibiam no basquete, a única coisa que eles eram realmente bons. Revirei os olhos. Posicionei uma flecha em meu arco e senti uma pontada de dor no ombro, mas não parei. Atirei a primeira flecha no alvo, que, obviamente, se fincou bem no centro. Atirei uma segunda. Não sei quantas, pois minha aljava era mágica, e sempre que eu lançava uma, outra aparecia no lugar. E atirar é meio que, bem, uma terapia para mim.

- Amy! – Alguém gritou atrás de mim. Virei-me para olhar para o sujeito. Quíron vinha galopando em minha direção, e eu fiz um bico, como uma garota mimada.

- O que foi?

O centauro parecia incomodado com algo. O céu acima de nós estava cada vez mais escuro, mesmo que não passasse das oito da manhã. Trovejava também, o que significava que Zeus estava zangado, ou simplesmente estava tendo uma briga com a minha senhora. Levantei a cabeça para observar; as nuvens tinham formas estranhas, quase como de seres vivos.

- Problema. Gostaria que me acompanhasse até a Casa Grande, onde poderemos conversar melhor sobre isso.

Fiz uma cara de tédio, e em seguida um biquinho. Quíron bufou, mas me deu uma carona em suas costas. Ultimamente eu andava muito preguiçosa (não, não é ressaca), e recusaria uma caminhada até a Casa Grande. Deveria ser importante, já que Quíron me levou. Ele nunca faz isso com os campistas. Até me senti importante. Assim que chegamos eu desci, e o impacto com o chão fez um barulho alto. Arqueei as sobrancelhas para Quíron, querendo saber o tal problema. Mas ele não precisou dizer, eu acho. Ouvi um choro baixinho vindo da sala de estar da Casa. Olhei para Quíron, em dúvida, mas choros sempre foram meu ponto fraco. Entrei na Casa e vi uma garota de cabelos pretos, presos em um coque, e olhos castanho-claros lacrimejantes. Ela esfregava o braço como se sentisse dor na região.

Engoli em seco. Eu a conhecia a pouco tempo, mas sempre a via rindo ou contando piadas idiotas. Muitas vezes já quis bater nela, porque ela parecia achar que ser semideusa era só ficar por aí exibindo seus poderes. Lutar que é bom, nada. E... Bem, é minha irmã. Mais uma filha de Apollo.

- Jenny? – Chamei, cuidadosa. Mesmo que ela me tirasse do sério, não gostei de ver minha meia-irmã chorando. Seu nariz e seus olhos estavam vermelhos. Ela parecia decepcionada. E tinha certeza de que não era por causa que ela tinha levado um fora daquele filho de Zeus que estava paquerando.

- Amy! – Ela limpou as lágrimas de seu rosto. Parecia estar com medo de mim (e ela nunca tinha medo de mim, mesmo eu sendo a chefa do chalé). Sentei-me ao seu lado no sofá, questionadora. Não precisei abrir a boca para perguntar, ela já tinha entendido ao ver meus olhos fixos nos dela. – Aconteceu uma coisa horrível! Horrível! Me desculpa por não ter ido treinar, eu sou um fracasso!

E começou a chorar no meu ombro. Quíron entrou, em sua cadeira de rodas, e eu o olhei, assustada. O que Jenny queria dizer com aquilo? Estava delirando ou... Algo de ruim realmente havia acontecido.

- Ahn, Jenny Carpenter... Acho melhor contar à sua irmã o que houve. – Ordenou Quíron. Jenny respirou fundo e se sentou com a coluna reta. Ela não olhava em meus olhos, o que me deixou chateada. Pelo menos começou a falar:

- Sabe o bracelete que o papai me deu? – Jenny disse, com sua vozinha irritante. Eu grunhi que sim, e sempre tive inveja por ela ter o bracelete. Eu era a filha mais forte e papai nunca havia me dado um abraço. E para aquele projeto de flertadora, ele deu o bracelete. – Aconteceu uma coisa...

- Horrível, já sabemos. – Falei, emburrada.

Jenny riu, sem graça,

- Bem, é. Eu estava passeando pela praia quando um cara invisível disse que iria me levar se eu não desse o bracelete! Pode isso? – E voltou a chorar. Levantei-me do sofá, com a cabeça doendo. “Um cara invisível”... Não podia ser um fantasma, já que não somos filhas de Hades. A hipótese mais aceita era de que seria um Anemoi Thuellai. Comecei a lembrar de notícias que tinha visto do mundo mortal, de pessoas sendo levadas após grandes ventanias. Só podia ser brincadeira, Bóreas estava com raiva de todo mundo?

- Quíron! Isso é...

- Sim. – Ele me interrompeu, como se aqueles profundos olhos castanhos enxergassem as imagens que meu cérebro processava. – Exatamente. É como o que está acontecendo com os humanos lá fora, Amy, sendo levados. As Caçadoras já estão em busca desse Anemoi, já foram até falar com o próprio Senhor dos Ventos... E um deles levou o bracelete de sua irmã.

“Bem feito pra ela, o que eu tenho a ver com isso?”, pensei, mas resolvi ficar de boca fechada.

- Oh, irmã! – Jenny suplicou, alto demais para o meu gosto. – Me ajude! Não quero que papai pense que sou uma vergonha! Isso seria terrível, terrível!

“Primeiro pare de repetir as palavras”. Voltei a sentar, passando as mãos nos cabelos. Talvez fosse essa a decisão que eu teria de tomar: Decidir ajudar Jenny Carpenter, a campista mais enjoada desse mundo, e além disso salvar os humanos de outros possíveis ataques de espíritos do vento.

- Você está me dando uma missão. – Bem, na verdade eu não estava perguntando, e sim afirmando. Quíron parecia pensar, mas logo fez que sim com a cabeça. Jenny me abraçava (não estava gostando nada disso), dizendo que eu era a melhor irmã do mundo e que ela me daria várias recompensas se eu recuperasse o seu item. Me afastei dela, com uma risada de raiva. – Não vai ser tão fácil, irmãzinha. Eu não vou ir sozinha, e a melhor forma de treinar suas habilidades para não ser roubada pelo vento novamente é vindo comigo.

Jenny empalideceu. Quíron levantou a voz:

- Amy, a decisão não é sua, ela é inexperiente...

- Inexperiente, sr. Centauro? – Minha voz saiu mais alta do que eu planejava, porém eu não tive nenhum arrependimento daquilo. – Eu também não era inexperiente quando você me mandou recuperar a estúpida espada daquele garoto de Hades no covil da Medusa? Eu não era inexperiente quando fui enviada para matar o Hiperbóreo?! Eu era sim, ora! E a garota vai comigo, ou não tem missão.

Saí batendo o pé, feito uma retardada. É claro que a decisão não era minha, e eu não estava animada em ter que aguentar Jenny por quanto fosse o tempo que eu estivesse fora; mas ia ser como se eu estivesse fazendo um favor para ela de graça, arriscando minha vida só para que papai não ficasse com raiva. No mundo mortal eu estaria vulnerável a ataques, e quem sabe Jenny poderia deixar de ser inútil por um minuto e me salvasse.

No chalé, procurei minha velha mochila roxa, que chamava de “mochila de missões”, A última vez que ela tinha sido usada fora quando acompanhei minha amiga Victoria Hill para ir, literalmente, ao inferno, mas isso é outra história. Na mochila, coloquei meu casaco, alguns dracmas, um saco de batatas fritas e uma lata de coca-cola. Não precisava que Quíron viesse me avisar a hora de sair do Acampamento, eu já tivera a experiência e decidira sozinha que o mais rápido possível seria a melhor alternativa. Antes que eu terminasse de fechar o zíper da mochila, Jenny entrou no quarto implorando para que eu a deixasse ficar no Acampamento. Coloquei meus fones de ouvido enquanto escutava Sexy And I Know It no volume mais alto só para não ter que ouvir a voz da minha irmã. Quando ela fechou a boca, puxei os fones e disse, inocentemente:

- Terminou?

Ela respondeu:

- Acho que sim.

- Ótimo. - Pisquei para ela. - Vou contar um segredo: Não é que eu seja má por fazer isso, Jenny. Você tem que fazer isso para provar para você mesma que é boa o suficiente e que não é uma vergonha.

- Mas...

- Você não quer seu bracelete, não é mesmo?

Ela disse que queria e logo começou a arrumar suas coisas, apreensiva. Sentei na minha cama, ouvindo Heavy in Your Arms no fone de ouvido enquanto Jenny parecia colocar o guarda-roupa inteiro dentro de uma mochila. Alguém tinha que avisar aquela garota de que quando se vai em missão, não importa as roupas, nem mesmo se você toma banho durante o trajeto: o que importa é manter-se vivo, de barriga cheia e com o mínimo de ferimentos o possível. Como eu sou uma ótima irmã e quero que ela descubra isso sozinha, resolvi ficar quieta e me concentrar na música.

- Estou pronta! - Anunciou ela, meia hora depois. Antes de sair do chalé, senti que estava esquecendo alguma coisa. Toquei meu pescoço, e o colar de Hera estava lá. Meu arco e minhas flechas estavam comigo. Então... Ah, mas é claro! O chicote. Uma das minhas armas favoritas, e eu gostaria de poder usá-lo novamente depois de tanto tempo. Eu o escondia debaixo de minha cama, e Jenny ficou realmente surpresa por descobrir meu segredinho. Coloquei o indicador na frente dos meus lábios, quase como se dissesse "Se contar pra alguém, sofrerá as consequências".

Acompanhada de uma estranhamente animada Jenny, me dirigi até Argos. Ele me olhou intensamente (e digo na forma literal, considerando que o cara tem mais de cem olhos), como se quisesse que eu o convencesse a levar a mim e minha irmã para Manhattan, onde eu poderia tentar solucionar o problema com os ventos e recuperar o maldito bracelete. A van do Acampamento tinha o slogan da Delphy Strawberry Service, o nome disfarce do Acampamento, e eu sempre me achava muito idiota quando andava nela. Estava tudo bem, a paisagem lá fora era bonita, nenhum monstro pelo caminho... E Jenny começou a cantar Wings. Tive uma súbita vontade de morrer.

-Mamma told me not to waste my life, she said spread your wings my little butterfly... - Olhei para ela, cética e sem conseguir acreditar. Aí ela calou a boca, graças a Zeus. Sempre acreditei que aquela van ridícula era cercada por algum tipo de magia, pois ninguém viaja de Long Island para Nova York em vinte minutos. Agradeci Argos e pulei na rua. Deveria ser meio dia ou algo assim, a cidade estava movimentada, mesmo com o céu bastante feio. Jenny olhava para todos os lados (ela não estava sendo nada discreta, meus deuses!), me cutucava sempre e xingava por qualquer coisa, como por exemplo, bater o pé em uma pedra enquanto andávamos.

- Se você tomasse mais cuidado, eu agradeceria. - Tentei soar simpática, mas soube que era quase impossível. Não faço o estereotipo de pessoa paciente.

- Para onde vamos, Amy? Porque, claro, você é super experiente e sabe de tudo, eu não sei de nada, sou iniciante...

- Ok! - Eu a interrompi, cansada da bajulação. - Vamos para onde as provas estiverem mais fortes. E se não tiver provas... Nosso cheiro vai atrair monstros.

Os olhos de Jenny pareciam querer saltar das órbitas.

- Mas isso é ruim!

Ri, dando de ombros:

- Essa é a parte que nós matamos eles.

Caminhamos mais um tempo em silêncio. Comprei água tônica, pois era algo que sempre acalmava a minha mente - e a barriga, que estava roncando. Percebi que não tinha comido nada no dia inteiro, então perguntei para Jenny se ela tinha trazido algo comestível. Seria assustador se ela respondesse que não, já que sua mochila estava cheia. Dei uma mordida na maçã e meu estômago se acalmou. Nossos passos foram interrompidos quando senti um cheiro de carne velha. Monstros.

- Espere. - Segurei o ombro de Jenny. Olhei em volta, qualquer um daqueles humanos poderia ser um assassino disfarçado. Porém, acabou que não era disfarçado e sim o chupa-cabra em pessoa. A harpia tinha o rosto de um idosa (uma idosa bem zangada) e o corpo de uma galinha que havia levado uma boa surra. Odiava aqueles monstros. Eram rápidas, fedidas e gritavam alto...

- AAAAAAAAAAAAAAAH! - Berrou a harpia, como eu havia previsto. Tirei o chicote da bainha da calça, estalando-o no elemento fogo na calçada. Ordenei que Jenny atirasse flechas contra a mulher-pássaro, mas ela era tão útil quanto uma lesma morta. Mal sabia posicionar a flecha no arco. Gesticulei com a mão, dizendo para que ela se afastasse e ficasse protegida. Como sempre, a Amy aqui teria todo o trabalho. Minha primeira tentativa de estalar o chicote na barriga da harpia foi um pouco falha, pois ela voou antes. Pelo menos, suas pelas estavam em chamas. Nunca soube a sensação de ter o meu cabelo pegando fogo, mas deveria ser ruim.

Assim como levantou voo, a harpia foi caindo... Em mim. Suas garras rasgaram parte da minha blusa, e eu gritei um palavrão bem alto. Ela tentou morder minha cara, mas eu a afastei com um tapa, e a mordida acabou sendo na minha mão. Apesar de o ferimento não ter sido muito feio, estava ardendo.

- VACA! - Gritei, com raiva, e dei uma joelhada na monstra. Ela se afastou, voando em círculos para apagar o fogo em suas penas. Estava queimando o couro. Enquanto ela se distraía tentando resolver o seu pequeno problema, peguei uma flecha, mirando-a no pescoço, onde a parte humana e galinha se encontravam. Soltei a flecha e consegui matá-la, o que me deixou bastante satisfeita, já que o trabalho havia sido todo meu, Jenny não servia nem para apoio moral.

- Você foi incrível! - Jenny começou a me elogiar, até ver a minha mão sangrando. Achei que ela fosse desmaiar, mas se isso acontecesse, eu faria questão de matá-la ali mesmo. Ela começou a girar feito uma barata bêbada e eu tive que acalmá-la. Tirei meu casaco da bolsa e, com as lágrimas escorrendo por ter que fazer aquilo, rasguei-o para usar como atadura. Seria um curativo improvisado, até porque eu tinha deixado todos os meus itens de curandeira no Acampamento. Engoli em seco porque Jenny não fechava a boca. Estava me tirando do sério.

- Agora, precisamos achar seu bracelete com o Anemoi e chutar o traseiro dele. - Eu grunhi, e uma tempestade se formou acima de nós. - Bom sinal. Corra, pequena lagartixa.

Jenny não pareceu gostar muito do apelido que eu dei para ela.

A coisa começou a ficar feia. Folhas de papel voavam pelo ar, como eu lembro de ter visto em filmes. Eu havia lido em jornais (isso é uma coisa muito difícil de acontecer) que as pessoas desapareciam logo depois das tempestades. Os conceitos que os mortais tiravam disso eram ridículos, suas hipóteses eram tão absurdas que eu chegava a rir. Mas agora não parecia tão divertido, já que eu estava caçando o bagunceiro que estava causando esse alvoroço.

- Ah, você está horrenda com a blusa toda rasgada. Posso ver sua lingerie. - Jenny entortou o nariz e eu nem me dei o trabalho de responder seu comentário imbecil. O engraçado é que eu estava levando minha irmã bem na direção do vendaval, diferente das pessoas normais, que nos olhavam estranho. Uma certa vez, eu berrei "Vão cuidar das suas vidas!".

Parei de andar, algo me dizia que continuar era perigoso. Eu quase sentia um aperto em volta de meu coração. Algo, definitivamente, estava errado ali. Preparei uma flecha, então mãos frias envolveram a minha barriga e me ergueram no ar. Comecei a gritar loucamente, assim como Jenny, que chamava o meu nome. Ela atirou flechas sem sucesso e eu mandei que parasse, pois iria acabar machucando a mim (ou a ela mesma). Tentei socar o Anemoi Thuellai idiota, mas ele estava apenas se divertindo comigo. Seus braços de fumaça me soltaram, e minha queda no asfalto foi feia. Graças a Zeus, não muito grande, mas eu sentia dores em todos os membros. Minha cabeça girava.

- Mais uma para a minha coleção. - Disse ele, feliz. - E dessa vez, uma semideusa! E bonita! Não tem algo para me subornar, como fez a sua irmã burra?

- Eu não sou burra. - Choramingou Jenny.

- Cala a boca! - Gritei. Voltei meus olhos para o rosto de fumaça da criatura. Ele tinha a forma de uma pessoa, mas parecia um, sei lá, um anjo do mal? É, acho que sim. No braço, ele trazia o bracelete de Jenny, o que eu não achei muito másculo da sua parte. - Tenho um colar, um presente de Hera. - Minha mão trêmula tocou o pingente no pescoço. - Você quer? Me liberte e o terá.

Não sei se eu era uma boa mentirosa, mas eu estava tentando. Em um momento de dúvida, o Anemoi pareceu tremeluzir e ficar mais... Sólido. Bom sinal. Dessa forma, quem sabe, eu poderia golpeá-lo.

- Colar de Hera? Bom! - Ele abriu um sorriso cheio de maldade, talvez até um pouco pervertido. Isso me fez engolir em seco. Imaginei que coisas ele poderia fazer comigo assim que descobrisse que estava dando um golpe nele. O meu corpo já estava cheio de dores. Não queria provar mais das suas torturas.

Estendi a mão até o meu arco e uma flecha que estavam no asfalto.

- Vou dar pra você. - Falei, com dificuldade. Até para falar o meu corpo protestava com dor. O Anemoi deveria ser meio burrinho por não ter notado que eu arrastava a minha arma predileta para perto de mim. O chicote ainda estava preso na bainha, e eu não acreditava que fosse usá-lo tão cedo. Ainda segurando o pingente, o puxei com força, tirando do meu pescoço. Pisquei, tentando parecer assustada. Meu inimigo estava se divertindo. Ele o tomou de minhas mãos.

- ESPERE! ESCUTE-ME! - Me levantei. Meu corpo todo se tremia. Era uma habilidade recebida da minha lady, e há tempos eu não a usava. Consegui prender a atenção do Anemoi, e a de Jenny também. A essência do meu poder deveria ser forte. - Você não vai roubar o meu colar. Você não vai me levar como fez com os outros. Eu sou a filha de Apollo, a serva de Hera, e ordeno que VÁ EMBORA!

Isso fez com que a mão dele evaporasse e meu colar caísse no chão. Portanto, minha habilidade não o surpreendeu. Fiquei com ódio disso. Quem sabe Hera não estava com vergonha de mim.

- É o melhor que pode fazer, meio-sangue? - Ele riu. - Só por isso, você vai sim comigo.

Um calafrio percorreu meu corpo. Fiquei com raiva, e eu tremia ainda mais. Procurei as piores imagens da minha vida em meu cérebro, usando tudo aquilo a favor de outra ferramenta a muito tempo esquecida: Meu diafragma parecia estar se transformando em uma bola de gude, e eu já sentia o poder vindo até a minha garganta. Meu cérebro zunia como um enxame louco. Meus olhos ardiam e eu não tive escolha a não ser soltar o pior grito de todos os tempos.

O mundo pareceu parar. Amy Saphire estava atingindo uma nota tão aguda que poderia estourar vidros. Jenny teve o bom senso de apertar as mãos contra os ouvidos. O Anemoi demorou demais. Ele mesmo pareceu estar ficando louco com o meu grito. Claro que não durou muito, já que eu estava dolorida por causa da queda, e aquilo tirava minhas forças. Mesmo assim, consegui reunir um resto de coragem e tirar o chicote da bainha, ativando o elemento Terra. Um chicote de pedras atravessou o Anemoi, fazendo com que ele se tornasse purpurina. O bracelete de Jenny caiu no chão. Eu também. Não tinha forças mais para permanecer sobre minhas pernas.

Jenny, sendo a irmã maravilhosa que é, primeiro pegou seu bracelete antes de vir me acudir. Ela segurou minha cabeça em seu colo, sem saber o que fazer. Com dificuldade, apontei para a minha mochila jogada ali perto.

- Mande uma mensagem de Íris para Bóreas. Conte a ele o ocorrido. Diga para ele libertar as pessoas que o Anemoi sequestrou. E diga também que precisamos de uma carona para o Acampamento Meio-Sangue. - Sussurrei.

- Certo! Melhor irmã do mundo! - Ela deu um gritinho que eu achei totalmente desnecessário. Fez o que eu mandei, e somente quando a aflição me deixou eu soube que as pessoas capturadas estavam bem. Um cara de cabelos castanhos e olhos verdes apareceu, com um sorriso lindo estampado no rosto, e eu me senti mais molenga do que já estava.

- Ai, eu morri e vim pro céu. - Falei, pateticamente, insinuando que ele era um anjo. Então vi suas asas roxas e realizei que ele era sim um anjo, e a minha carona para o Acampamento Meio-Sangue. Ele me pegou em seus braços (Jenny também tinha o seu anjo, mas o dela não era nem de longe tão belo quanto o meu), e eu achei que poderia me acostumar com aquilo.

- Isso deve ser da senhorita. - O boréade segurava o colar de Hera. Minha cara deveria ser de uma completa idiota, peguei o colar e me segurei no anjo bonitão. Jenny exibia seu bracelete, e eu senti uma pitada de inveja. Começamos a voar, a caminho de casa, em um céu agora puro e fresco. Estávamos a caminho de casa, sentia isso. Sem dúvida, essa tinha sido a missão mais confusa de todas, em qualquer que fossem os sentidos.

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Mensagem por Hefesto Sex Out 12, 2012 3:01 pm

Muito boa a missão. Parabéns.

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