Só uma pequena tentativa...
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Luke H. Crisafulli
Hefesto
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Só uma pequena tentativa...
Deixarei aqui hoje o prólogo de um livro que comecei pra que vcs leiam e me digam o que acham. Atualmente, ele tem oito capitulos ainda não "acorrentados", e pode ser que posteriormente eu poste um pouco mais. Toda e qualquer critica construtiva também é aceita. Espero que gostem.
- O livro de Eberon — Prologo:
Amisit filius aquarum iam quaerit retenta vindicta wrists quiconsurgens tibi.
Roma, 27 de setembro de 2008 por volta da uma da manhã...
... Via-se aquele jovem correr com tudo o que tinha com uma espécie de adaga na mão direita, da qual o sangue pingava escorrendo das mangas da camisa branca e da lamina quase do tamanho do braço do rapaz que brilhava ao toque da luz dos postes.
Logo atrás se ouvia o som dos coturnos militares e suas quinquilharias pesadas pisoteando a rua de pedras ainda molhadas pela chuva que caíra mais cedo. Os passos rápidos do rapaz apenas passavam pelas pedras escorregadias sem dificuldade, como se a água não estivesse ali. Passava sobre possas d’água sem “tocá-las” como se via a certa distancia.
Viaturas deslizavam pela esquina atrás dele e as mesmas esgoelavam suas sirenes de um tom que mais era um chamado a morte do que um aviso de que eles estavam ali.
Se escondendo nas sombras, o rapaz entrava num beco e recuperava o fôlego devagar, mas nada lhe permitiria ter paz nesse momento, Seus olhos começavam a brilhar num azul profundo e suas mãos a tremer, só tinha uma coisa que lhe podia causar isso e parece que dessa vez ela estava disposta a sair. Se segurando e respirando profundamente, ele consegue detê-la, mais por quanto tempo? Sentia o perigo ausentar-se, e punha-se a caminhar lentamente na direção de um armazém abandonado de paredes visivelmente maltratadas pelo tempo e seu telhado despedaçado. Ao abrir a porta velha e barulhenta de metal, dois homens que estavam ali se prontificavam para lutar contra ele apontando uma Magnum .45 contra o mesmo, mas ao ver quem era baixavam suas guardas. Na direção deles seguia aquele que foi designado pelas águas do submundo, o único capaz de atravessar o rio dos mortos ou sair da prisão dos naufrágios, no inferno, o demônio dos mares, Leviathan, conhecido entre os vivos como caçador, Augustus Remo Fey.
Dos que o esperavam, encontrava-se um velho homem com a cabeça raspada e os olhos fechados. Trajava uma espécie de kimono feito o dos monges budistas de um tom amarelado quase laranja. Era muito maior do que os monges habituais que qualquer um poderia ver por aí, o típico homem que ninguém enfrentaria a primeira vista. Em seus braços e pernas, trazia pesados braceletes e tornozeleiras de um metal que aparentava ser aço ou ferro um tanto mal tratados pelas lutas e o tempo, independente do metal, eram visivelmente pesadas. Este virava o corpo para o rapaz que se aproximava fazendo uma breve reverencia e expressando um calmo sorriso sob a barba branca mal feita e um singelo “Seja bem-vindo...” seguia dos lábios grossos.
Logo o velho homem se sentava no chão na posição de lótus onde era tocado pela luz da lua que adentrava tristemente por um buraco no telhado e tocava a pele quase negra queimada do sol, estranhamente sua expressão era como se pudesse ler os pensamentos de cada um dos presentes ali.
Quanto ao outro, um homem da mesma estatura do caçador. Observava atentamente com os olhos sádicos e típicos do assassino em potencial. Acendia seu cigarro e lançava a fumaça ao ar que se confundia com a cor dos cabelos prateados que escondiam os orbes avermelhados. Logo ele guardava o isqueiro com formato de crânio no bolso do terno risca giz que usava, viam-se também os sapatos pretos realçados com a calça e com certeza recém engraxados. Por baixo do terno a camisa vermelha, vestes de alguém que apenas queria matar sem perder a classe, ou mesmo de um mafioso de grande poder.
Bradava com imponência e desacato em sua voz enquanto o rapaz que chegara se aproximava e deixava à estranha katana sobre uma caixa.
— Héh... Não é típico de você se atrasar, Agnus. – dizia John Riggs. Serial Killer procurado em 42 países.
Ignorando tais palavras, Agnus tocava o ombro do velho e dizia. — Apressem-se, já que ele deixou apenas uma isca, logo mandará alguns lacaios também.
Seus olhos mostravam a frieza e o ódio que sentia por se deixar enganar daquela forma, porem agora sabia onde procurar e como devia agir. Outra falha não seria admissível.
Pegando o que tinham e o que tinham adquirido aquela noite, os três homens saiam pela porta do galpão observando se alguém estava à espreita ou se seguiriam tranquilamente, isso, apenas os fatos e o tempo decidiriam. Nada mais na vida deles era normal mesmo. A cada novidade, uma nova perda ou algum pouco ganho, aprender a viver com esse pouco era ser um homem para eles, era carregar o nome de Face do Julgamento.
Hefesto- Deuses
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Re: Só uma pequena tentativa...
Vai postar mais... Ou me deixar curioso? u-u
Luke H. Crisafulli- Mensagens : 22
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Re: Só uma pequena tentativa...
hsuahsuahsua... Vamos ver se aparecem mais comentários, depois vejo se posto mais.
Hefesto- Deuses
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Re: Só uma pequena tentativa...
Posta a outra parte logo homi T_T
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Klud Meison- Filhos de Zeus
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Re: Só uma pequena tentativa...
Já te falaram que tu escreve bem pra caramba? o_o Tô abismada, e nem preciso comentar, né? POSTA MAIS c.c
Christine S. Ryan- Devotos de Hera
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Re: Só uma pequena tentativa...
Ok ok... Sem pressa. Vou pegar um outro capitulo e postar pra vcs.
Hefesto- Deuses
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Re: Só uma pequena tentativa...
Peguei um capitulo mais aleatório e com ajuda de duas pessoas maravilindas(?) escolhi pra postar. Espero que gostem.
- Capitulo sem numero — A mulher do Punho de Aço.:
A mente talvez seja pequena demais para compreender a mente.— Desconhecido.
Após seu retorno, Agnus ainda tinha que traçar uma estratégia, e organizar algo pra encontrar seu alvo.
Mais do que isso, ele precisaria de ajuda. Não poderia pedir a policia, já que era uma missão de vingança e possivelmente assassinato. Adentrava o velho escritório que fora de seu pai, e com o ar de papel velho e empoeirado, também vinha à lembrança nostálgica de ver seu pai enterrado em documentos. Às vezes da propriedade e contas a pagar, mas em sua maioria, a escrivaninha de mogno escuro com um revestimento de vidro liso sobre o tampo. Abaixo da placa vítrea e translúcida, via-se um enorme mapa antigo. Parecia ser o mapa mundi, porem tinha varias demarcações. Por cima disso tudo, viam-se folhas e folhas realmente antigas trazendo símbolos e textos estranhos, que se não falhava a memória do rapaz, eram registros de antigos caçadores que levaram a vida enfrentando vários demônios. Outros eram planos antigos, e ainda outros, antigos feitiços. Muitos, parecidos com o que Yaref usara.
Coisas uteis? Sim, em sua maioria... Mas ainda existia um fato importante. Como por os planos em pratica sem saber onde o inimigo está?
Concentrava-se em como encontrar o que precisava. Um pequeno grupo. Pessoas fortes o suficiente pra fazer uma pequena equipe de elite. Mas onde encontrar essas pessoas?
O rapaz se assustava ao ouvir as pancadas suaves na porta, e a voz da velha governanta procurando por ele. Ao que ela abria a porta e olhava para o mesmo com olhos humildes e carinhosos como os de uma amável avó. E ali estava a mulher que o “criara”.
— Precisa de algo, jovem mestre? — dizia a mulher expressando um sorriso sob as rugas suaves que o tempo lhe pusera no rosto levemente robusto.
O rapaz sorria, e dizia calmamente olhando para a velha senhora por trás dos livros grossos que ocupavam quase toda a escrivaninha. — Não Bernadeth... Por enquanto estou bem, e já te disse... Chega dessas formalidades. Me chame de Agnus de uma vez, mulher.
Ela sorria docemente deixando escapar um risinho abafado e levava a boca ressaltando os cabelos muito grisalhos montados num coque. — Tudo bem, Agnus...
Ao que ela começava a sair, o rapaz olhava o relógio de bolso, e o mesmo marcava quase seis da tarde. Faltando cerca de três minutos. Fechava os livros e começava a se levantar. — Ahh... Bernadeth...
Rapidamente, a mulher colocava a cabeça pra dentro da porta esperando que ele dissesse o que queria.
—Não se preocupe com jantar hoje, vou sair em minutos. Alias, tire o resto do dia de folga...
Ela acenava com a cabeça e depois se retirava fechando a porta em seguida.
Sem pensar muito, o rapaz pegava as chaves do Corvette C6 e corria para o mesmo. O carro baixo, com rodas aro vinte e um de liga leve feitas artesanalmente e a coloração preto fosco da lataria deixavam um ar arrojado ao mesmo. Abria a porta que se estendia a quase sessenta graus em relação ao chassi. Adentrava observando mais uma vez nostalgicamente ao lembrar-se do pai e da mãe ali, e do ciúme que o pai tinha do carro. Punha a chave na ignição e depois de se ouvir o ronco estrondoso do mesmo, Agnus partia pra fora da mansão rumo à estrada que dava para o centro da cidade em alta velocidade.
A estrada longínqua e plana passava pelos perímetros da cidade de York, mas em poucos minutos, o rapaz estava próximo ao centro, onde poderia ter mais informações ou mesmo conseguir alguém que lhe fosse útil. Um sentimento estranho passava pelos nervos do rapaz deixando-o mais atento. Reduzia a velocidade e parava num cruzamento, e logo a esquina, via-se um pequeno luminoso de neon indicando um PUB no subterrâneo.
Estacionava o carro e o trancava, e logo em seguida o mesmo descia as pequenas escadas até a porta do lugar.
Como esperado de um pub, estavam ali variados tipos de pessoas, e ao fundo num pequeno palco circular, uma banda fazia um cover bastante elaborado de Dave Brubeck.
“Isso sim é que é musica”— pensava o rapaz ouvindo o jazz dos que tocavam ritimadamente. Sentava-se junto ao balcão e deixava o dedo indicador a bater ao ritimo de “I get a kick out of you”, enquanto esperava que alguém lhe atendesse.
A porta do estabelecimento se abria mais uma vez, e se via uma moça de cerca de um metro e sessenta de altura, com um olhar penetrantemente esverdeado. Trajava uma calça de couro bastante colada, acompanhada de botas, deixando suas curvas bem a mostra. Uma blusinha da mesma cor revestia a moça da cintura pra cima exalando sensualidade da cor amorenada da sua pele. Os cabelos despencavam como cascatas em espiral, e os lábios avermelhados deixavam um toque ainda mais marcante na moça. Trazia também uma mochila nas costas, e abaixo da mesma, via-se brilhar com as luzes fracas do lugar, o braço de aço que a mesma tinha ao invés se um braço normal. Deixava a mochila ao colo enquanto sentava-se no balcão ao lado de Agnus como se nem ao menos lhe desse atenção. Retirava da bolsa um caderno com folhas levemente amareladas e uma caneta simples e os punha no balcão gritando ao barman que estava ao outro lado servindo um rapaz franzino com óculos do tamanho do bocal de um copo de uísque.
— O de sempre, Escobar...
Ao olhar para a moça e sorrir, ele enchia um copo com tequila, e levava para ela.
Depois de se cumprimentarem, o barman levemente robusto e com um bigode bastante firme sobre os lábios, virava-se para o rapaz e dizia gentilmente.
— Não o vejo muito por aqui, certo? É bom ter novos fregueses. O que vai querer?
Agnus sorria de volta a ele e pedia o mesmo que a moça, tequila.
Como cortesia da casa, o homem trazia também uma pequena tigela com pequenas bolinhas fritas, que ele dizia que eram batatas, mas daquela forma, para o rapaz elas eram desconhecidas. Ele provava, e fazia menção do ótimo sabor do tempero de ervas enquanto a batata se desfazia na boca do mesmo. Empurrava um pouco a tigela oferecendo o conteúdo para a moça, que sorria e pegava uma delas voltando-se para seu caderno em seguida, onde continuava algo que possivelmente estivesse escrevendo antes.
Curioso, Agnus tentava ler o que ela escrevia, mas ela parecia mais atenta ao ambiente do que qualquer um, e olhava para ele com um sorriso.
— Não te ensinaram que é feio espiar os outros?
O rapaz sorria de forma a pedir desculpas, mas a moça passava a gargalhar depois disso e olhava para ele em tom de flerte voltando a dizer com voz macia para o mesmo. Estava tentando brincar com o psicológico do rapaz?
— Se bem que... Por alguém como você, eu não me importaria de ser espiada...
Agnus olhava para ela num tom levemente estranho como se estivesse a se perguntar se aquilo era realmente uma brincadeira. Virava-se mais para a moça e depois olhava ao redor. A expressão dos que ali estavam, era de drogados e mafiosos, coisa que não via na moça. Ela parecia mais... Algo como uma simples delinqüente que quer provar ao pai que não precisa dele.
— Você não me parece o tipo de pessoa que freqüenta lugares como esse. O que faz?
A moça tragava metade da doze da sua tequila e depois dizia calmamente a ele. — Se eu te contar, vou ter que te matar...
O rapaz sorria novamente acompanhando o trago da moça, e logo, Escobar trazia até ela o telefone sem fio.
— Del Hiero, com licença, é pra você...
— Quem diabos quer falar comigo na minha folga, Escobar? — dizia a moça em tom de chateação.
Escobar dava de ombros e entregava o telefone a ela, e em seguida saia em direção a pia onde começava a lavar copos.
— Del Hiero... Quem? Não, tenho certeza... Quanto? Pode até ser, mas não farei hoje, nada vai tirar o meu descanso... Ótimo... Já sabe como são as regras não é? Perfeito. Até logo...
A moça desligava e tragava o restante da bebida no copo, pedindo mais em seguida.
— Del Hiero? A franco atiradora? Realmente interessante... — dizia Agnus com ar de interesse.
— Vejo que é bem informado, senhor... Hmm...
— Me chame de Agnus...
— Certo, Agnus... Se sabe quem eu sou e o que faço, sabe que não sou o tipo de mulher que se envolve não sabe?
—Não envolvo prazer com trabalho, senhorita. Gostaria de ver suas habilidades, e se me forem propicias, fazer uma proposta. O que acha?
— Ver minhas habilidades? Em que está pensando, Agnus?
— Isso eu não posso dizer, mas creio que gostaria de ter seus serviços se eu julgar sua habilidade como compatível com o que preciso.
— Espera... Ta querendo ir comigo nessa? Você só pode estar brincando...
A expressão de Agnus se acalmava em uma seriedade sóbria como quem não estava ali para brincadeiras.
— Não... Definitivamente não! Não posso ter pesos a carregar nesse tipo de trabalho, poderia me custar até mesmo à vida. — respondia a moça de forma exasperada e imparcial.
— Se pensa assim, senhorita, acho que devo procurar a outro com quem tratar meus serviços. De qualquer forma, foi um prazer conhecê-la. — dizia ele, e logo que fazia uma breve reverencia a ela, deixava os custos pagos sobre o balcão e se dirigia a saída.
Praguejava um pouco ao ouvir a porta de metal bater em suas costas, mas logo, sentia algo estranho, e o tempo começar a se fechar de uma maneira deprimente.
Seguia até o Corvette e se sentava no banco do motorista pensando um pouco sobre o que sentia. As gotas pesadas começavam a surrar o pára-brisa e ele repousava um pouco os olhos deixando-os entreabertos.
O tempo passava e o tédio começava a rodear o rapaz, logo ele saia com o carro lentamente e fazia uma curva à direita no primeiro cruzamento e parava em um ponto onde a chuva não o atrapalhava tanto com o barulho. Buscava algo no porta-luvas, e logo pegava um velho livro e o abria onde havia uma pagina marcada. Mais um dos romances que sua mãe tanto adorava, e ali ficava por um tempo.
Após a saída do rapaz, Del Hiero voltava-se para o caderno novamente e rabiscava algumas palavras na caligrafia caprichosa.
Escobar secava alguns copos e começava a guardá-los. O local começava a se esvaziar, e por fim ficavam apenas a moça e o barman no local trocando palavras amigáveis e brincadeiras da mesma índole.
Não demorava a quatro homens vestindo jeans de baixo custo, bastante rasgados e camisetas desbotadas e com as mangas visivelmente arrancadas com as mãos, onde se via um crânio por onde passava uma serpente avermelhada.
Entravam gargalhando e berrando algo como alguém que tinham espancado há pouco. Sentavam-se com brutalidade junto ao balcão gritando e pedindo por suas cervejas.
Cena bastante comum naquele lugar.
Cerca de trinta minutos se passavam, e eles continuavam a beber e gargalhar sobre assuntos que pouco interessava tanto a Del Hiero quando a Escobar. A moça olhava para o relógio de bolso disfarçadamente e então juntava suas coisas dizendo ao homem que pusesse na conta. Um dos brutamontes se levantava e ia atrás da moça parando-a na porta. Com um sorriso nojento, ele a olhava de cima a baixo e ria.
— É... É boa para os meus negócios. Vamos, sente-se lá novamente e beba comigo. — dizia ele rispidamente.
A moça olhava por cima do ombro para o barman, que repousava a mão sob o balcão. Del Hiero sorria então e dizia.
— Claro, quando você for alguém merecedor disso, ou seja, quando for um homem...
Os companheiros do mesmo riam ainda mais alto ao ouvir tais palavras enquanto ele ruborizava e pegava firmemente o braço ainda humano da moça. — Pensa que é alguém para me humilhar dessa forma? Pensa que pode falar assim comigo? Sua formiga insignificante... —balbuciava o mesmo, mas antes que terminasse de falar, Escobar puxava a espingarda de debaixo do balcão e mirava o homem.
— Eu não faria isso se fosse você, amigo.
O homem puxava Del Hiero para si de forma a arremessá-la sobre o barman, mas antes que ele tentasse qualquer coisa, levava um tiro no ombro que o fazia largar a moça e gritar dolorosamente. Os outros dois se levantavam, mas eram almejados em seguida pelo barman que tinha um sorriso sádico no rosto.
Balançavam a cabeça e começavam a sair passando pela moça e por seu amigo. Mais uma vez a porta batia.
A moça acenava para o barman em agradecimento e corria para trás do balcão na busca da porta dos fundos. Passava pela cozinha improvisada, mas bastante arrumada e logo estava num beco.
Sorria ao terminar aquilo tudo, como se achasse divertido. Porem, seus problemas apenas tinham começado. Os dois que saíram do bar mais cedo adentravam o beco com os rostos fechados. Que espécie de violência eles teriam em mente?
A moça olhava para os lados e não havia para onde tentar correr. Sua única saída era a porta do pub, porem sabia que não chegaria lá a tempo. Eles paravam frente a ela, e um silencio pairava sobre o lugar como se as palavras fossem desnecessárias. O primeiro soco se desferia, e ela, como aprendera, esquivava-se. Mas o segundo fora inevitável. A moça caia de costas sentindo que o sangue escorria lentamente pelo canto do lábio, enquanto eles caminhavam até ela rindo.
Ela clamava por ajuda em pensamento sem saber se poderia ser ajudada. Parecia simples sorte ou coincidência, mas o Corvette preto parava de frente ao beco e dele descia o rapaz com quem ela bebera mais cedo. Os cabelos agora molhados se fixavam a pele do mesmo e seus olhos começavam a brilhar levemente.
— Se prezam suas vidas, sumam daqui agora mesmo...
Eles olhavam para Agnus por cima do ombro e riam num tom de “carne fresca”. Começavam a caminhar imediatamente até ele estralando alguns ossos.
Agnus fechava os olhos e começava a entoar as inscrições que lia a pouco no livro de sua mãe, começava a entreabrir sua visão e seus olhos já tinham uma coloração quase prateada.
— Vivendi perit filis. Lamina sacra occidit. Contere eos, frange eos. Ab immundo spiritu corpooribus animas... LAMINA AQUA!
Ao fim das palavras, Agnus movia suas mãos e a água da chuva começava a atingir os brutamontes até mesmo de baixo para cima fazendo cortes leves.
Assustados, os mesmos corriam para fora do beco como crianças com medo do escuro.
A moça buscava se afastar de Agnus, já que também se assustara com o que ocorrera. Procurava de alguma forma rastejar para o mais longe possível dele, porem ele caminhava até ela e lhe estendia a mão procurando ajudá-la a se levantar.
— Se machucou, Senhorita Del Hiero? —redargüia o mesmo expressando alguma preocupação com a chuva que ainda caia.
— Como foi que... Quando... De onde... — Gaguejava ela sem saber como perguntar a ele.
— Eu os vi entrando no beco, e logo em seguida ouvi seu pedido de socorro... Apenas fui atrás.
— Mas eu não... O que você... Ah, esquece vai. Não vou conseguir entender de qualquer maneira. — dizia a moça com a voz nervosa enquanto se levantava com a ajuda do rapaz até que se dava conta do que tinha visto. — Espera... Que diabos é você? — Ela se afastava com velocidade e um apavoramento bastante grande, mas o rapaz olhava-a com simplicidade e amigavelmente dizia.
— Sou apenas um homem que precisa de ajuda, e creio que você é a pessoa certa pra me oferecer isso.
A moça baixava os olhos e ficava um tempo em silencio, mas logo começava a dizer novamente no sotaque sensual latinho que seus lábios deixavam escapar deliciosamente num tom um pouco debochado que ela usava por natureza. — Pode até ser, Agnus, mas ainda tenho minhas condições...
A moça ainda mantinha distancia, mas já que o rapaz a tinha “salvado” merecia um voto de confiança ao menos.
— Não há problemas, desde que seus olhos e boa mira estejam à meu serviço...
A moça ria levemente e começava a sair do beco, assim como a chuva começava a parar tornando-se apenas um leve chuvisco. Por entre as gotas rápidas que encharcavam o chão de cimento rústico e velho, a moça abria um sorriso convidativo a Agnus e dizia com suavidade.
— Vai ficar aí ou vamos tratar de negócios?
A musica para os que quiserem
Hefesto- Deuses
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Re: Só uma pequena tentativa...
Muito bom. Texto envolvente e muito bem escrito.
Meus parabéns. Estou esperando o próximo capítulo.
Meus parabéns. Estou esperando o próximo capítulo.
Laís Hillebrand- Mensagens : 85
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Re: Só uma pequena tentativa...
Mais um capitulo para aqueles que gostam de ler um pouco.
- Capitulo 2 — O monge.:
A musica para os que quiserem
“Os soldados hesitavam em frente ao templo. Eles viam, aterrorizados, dezenas de seus companheiros de armas jogados no chão. Alguns deles estavam queimados, outros pareciam terem sido soterrados, alguns estavam empalados no alto dos pinheiros, como se um furacão tivesse jogado-os lá. E ainda havia outros, que por mais absurdo que isso soasse, tinham a aparência de terem sido afogados. Mas pior do que isso era o fato de que os responsáveis pelo massacre eram quatro monges, vestindo apenas túnicas e de cabeça raspada, que olhavam calmamente para eles. Quando um deles, um monge alto, de olhos flamejantes, se adiantou e disse para os atônitos soldados:
— Mais alguém vai tentar perturbar a paz do nosso templo?
E como resposta, o monge de olhos de fogo escutou as centenas de passos dos soldados sobreviventes batendo em retirada. Um som comum aos ouvidos dos temíveis Monges dos Quatro Elementos.”— Shin, punho flamejante.
Qual a sensação de se esperar por um milagre?
Qual o sentimento de vagar como uma alma sem rumo por dias intermináveis e noites aterradoras — ainda mais quando se tem a fome, o cansaço e um demônio querendo sua cabeça.
Quatro dias haviam se passado desde que Agnus completara seus quinze anos de idade. Quatro anos desde que iniciara seu verdadeiro sofrimento. A morte de Yaref, a fuga de criaturas que seus olhos nem ao menos haviam sonhado que existiam. O sangue que manchava o solo esbranquiçado pela neve fina que caia há dias, e agora, a fúria e o desejo incessante de vingança — que era o que lhe mantinha em pé e ajudava a sobreviver no momento — plantavam apenas uma coisa nos pensamentos do rapaz: erradicar os que assassinaram seus entes queridos.
E se não bastasse, a voz monstruosa do monstro marinho incitava-o a querer cada vez mais as almas de seus inimigos. Aprisioná-las, dar a elas a dor que ele sentira até o atual momento.
— Argh... Ei!
Agnus levava uma das mãos ao rosto e limpava a neve que atingira o mesmo. Observava atentamente ao redor com os olhos apertados devido à claridade, procurando pelo que o tirara do seu sono, e possivelmente do único sonho que não lhe era um pesadelo ultimamente. O que o deixava ainda com mais raiva por não se lembrar.
Via o céu nublado em meio aos galhos cheios de neve, e concluía que era de lá que a neve lhe atingira.
Num salto, se punha em pé e tocava a herança que o velho ferreiro lhe deixara. Apenas aquela espada, mas era mais do que apenas uma arma ou uma lembrança.
Seu rosto se entristecia levemente por um segundo, até que um barulho leve o tirava de seu “transe” o pondo mais atento aos arredores. Ao ver que a fonte de seu leve susto era apenas um coelho, um pensamento único invade a mente do rapaz: “Bom dia, café da manhã...”
Além dos ensinamentos de Yaref, o rapaz teve que aprender a utilizar eximiamente as habilidades tanto mágicas quanto físicas para sobreviver. Mas ainda evitava qualquer contato com a Leviathan. O leve trauma com demônios o fazia ter certo orgulho a querer manter, que o afastava de pedir ajuda a tal entidade, sendo que assim, nunca nem mesmo tentou se defender dos demônios que vinham querendo sua cabeça com as armas da mesma.
Ficava imóvel, pra impedir que assustasse sua refeição. Concentrava-se e uma aura azulada, quase invisível começava a envolver sua mão como se fosse liquida no momento que o mesmo sussurrava: — Aqua Domain!
O fechar rapido de sua mão, traçava o triste destino da pobre criatura, uma espécie de lamina se formava com a neve e rapidamente tratava de degolar o mesmo antes que pudesse pensar em fuga.
Brandindo em seguida a espada, Agnus ia até o coelho decepado e começava a limpa-lo, tirando primeiro seu couro, e depois suas entranhas.
Feito isso e depois de montar uma fogueira e outros afins, o rapaz se punha a comer o que talvez, fosse a primeira refeição “decente” desde que saíra do vilarejo.
Postos alguns minutos — por volta de uma hora, o tempo exato em que o rapaz despencara em uma crise de preguiça —, Agnus se levantava com os olhos um pouco sonolentos, mas espreguiçava-se e continuava a caminhar mais uma vez.
Mas parecia que alguém queria que ele não fosse muito longe, ao seu terceiro passo, um arrepio paralisante lhe percorria a espinha e fazia sacar sua katana mais uma vez.
Era irritante como esses demônios costumavam aparecer, mas tinha algo mais, mais alguém o observava.
Os olhos atentos a qualquer movimento e o corpo em guarda esperavam pelo ataque. Foi então que pouco a frente, algo como vários véus de sombra começavam a se unir e tomar forma. Patas, uma cabeça de formato estranho e desproporcional, por trás das sombras também começavam a sair os rostos da coisa – sim, os rostos. Mais de uma cabeça de forma humana –, como mascaras lisas, sem olhos, nariz, boca, ou qualquer coisa que se parecesse com isso. A aparência aracnídea da monstruosidade a frente fazia o rapaz se por em estado de fúria repreendida, seus olhos fixavam se na mesma de maneira que se pudesse a mataria apenas com sua presença.
Pensava em exterminar essa com o mesmo golpe que usara uma outra vez, então se punha em posição pra cortá-la de baixo pra cima da mesma forma que o coelho tivera seu fim, com o que seu tutor não tivera o tempo de ensinar. Mas ao salto do demônio sobre ele, uma enorme pedra pontiaguda se erguia do solo e perfurava a criatura que sangrava um pouco, algo como uma gosma arroxeada, e depois se desfazia da mesma forma que surgira.
Atônito, Agnus procurava quem fora o causador daquilo, afinal, estava na cara que aquilo não fora um efeito natural da região.
O rapaz arqueava levemente os joelhos como se procurasse uma posição mais defensiva e olhava atento a todos os lados, até que começava a ouvir risos abafados de uma voz grave e imponente que surgia de trás de uma arvore.
Um homem de meia idade – ao menos que parecia ser de meia idade – bastante robusto e de cabeça raspada, vestindo apenas algumas roupas leves sob uma capa de viagem marrom como terra molhada e por baixo dos olhos fechados e do nariz levemente largo, trazia um sorriso um tanto amigável como quem já conhecia o mesmo.
— Acalme-se garoto... Só quero conversar, ok?
Agnus se punha numa posição mais defensiva atento a aquele estranho homem. Seria ele que fizera isso com o demônio?
Em passos lentos, o homem começava a se aproximar do rapaz, mas estranhamente seus olhos permaneciam fechados, e agora mais próximo, era visível a barba branca mal feita.
— Não se aproxime, velho, ou vai ter seu fim como a criatura teria em minhas mãos...
— Hmm... Agressivo? Por que deixa suas energias se perturbarem dessa forma? Tem medo de mim? Já disse, quero apenas conversar.
As perguntas vinham a ser de um tom irônico, o que irritava ainda mais o rapaz, mas o mesmo se continha um pouco para evitar qualquer deslize ou dano a si próprio que pudesse ser evitado.
— E por que diabos alguém que quer apenas conversar se esconderia nas sombras? Afinal, quem é você?
O velho abria um leve sorriso, e depois continuava. — Pelo visto você tem mesmo algo a temer. Mas me deixe dizer-lhe algumas palavras, e então você decide se continua a me ouvir ou se simplesmente mancha de sangue toda essa neve... De acordo?
O rapaz arqueava levemente o corpo, e afastava a perna esquerda para trás sutilmente, apenas para o caso de um ataque surpresa. — Interessante. Continue falando, estranho...
O velho batia firme o pé no chão, e imediatamente um par de espécies de tocos de arvores, mas feitos de pedra subiam do solo. Ao que se virava para um deles e começava a caminhar, o velho dizia com ainda mais calma. — Enfim, por que não nos sentamos e ficamos mais confortáveis? Acho que seria melhor, assim poderíamos conversar sobre o que penso sobre o que ouvi de suas “aventuras”.
— Me diga de uma vez o que quer, velho, do contrario, vou separar sua cabeça do pescoço... — bradava o rapaz com pesada convicção na voz.
— Acalme-se, meu jovem. Suas energias podem ser mais bem utilizadas se me deixar falar como eu e você podemos dar um fim a essa loucura.
O velho se sentava e observava Agnus ainda com os olhos fechados e um sorriso um tanto quanto nostálgico, lembrando-se de como sua personalidade havia mudado depois do que passara em sua infância. — Ao menos podemos conversar como homens?
— Responda de uma vez minhas perguntas... Nem isso pode fazer ao menos? É alguma espécie de idiota?
A imponência de Agnus se mostrava maior agora, e sua guarda um pouco mais baixa. Mas ainda sabia o que fazer caso ele tentasse algo, e o faria, mesmo que tivesse que usar os poderes do monstro dentro de si. — Diga de uma vez o que sabe! — dizia em tom forte.
— Não tem jeito mesmo. É como eu quando tinha a sua idade... Pois bem, sou Youzaki Unmei.
Ele tirava a capa lentamente, como se a eternidade fosse um prazo curto para fazê-lo. E agora deixava visíveis os músculos rígidos e aparentes. Dava um passo à frente e começava a falar mais uma vez.
— Você herdou a Rainha das Águas e porta um demônio dentro de si, não é? — Antes que ele pudesse responder, Unmei começava a falar novamente, mas de uma forma que quase sabia que a conversa se estagnaria. — Conheço a dor de perder alguém, mas no seu caso deve ser diferente, pois ter que carregar a dor da morte de um ente querido, e ainda lutar constantemente contra esse demônio inconscientemente todos os dias, não deve ser uma tarefa fácil.
Agnus observava Unmei a cada segundo mais curioso. Como sabia tanto? Quem era ele afinal? Em toda a certeza que possuía, eram perguntas demais para um momento como aquele, mas o que ainda o intrigava mais era o fato dele saber sobre a Rainha dos Mares e sobre seu demônio. — Parece que sabe bastante. Pois bem, vou ouvi-lo.
— Sábio rapaz. Vou te contar o que sei. — o homem sorria como se conhecesse o garoto há muito tempo. — Houve um tempo, em que os demônios permaneciam no inferno, existe uma linha tênue que sustenta o equilíbrio entre o nosso mundo e o deles. Quando esse equilíbrio foi quebrado, tudo se tornou caótico, e foi nesse tempo que conheci um homem, que sei que você conhece muito bem.
Enfim, estamos do mesmo lado. Posso te levar a um lugar para aperfeiçoar suas habilidades, e juntos, restabelecer a ordem das coisas.
O velho voltava o rosto para o céu, e parava por um instante, como se seu passado retornasse diante dos seus olhos. — Você ainda pensa nele, jovem Agnus?
O garoto olhava para a lamina com certo pesar e mantinha um silencio levemente triste. Lembrar da morte do homem que lhe dera a espada e do que passou depois de anos a fio enfrentando aquelas criaturas estranhas e medonhas sozinho, e tendo que sobreviver da maneira que podia, Agnus não podia fazer nada a não ser correr atrás de quem lhe causara esse sofrimento.
Olhava seriamente para os olhos fechados do homem a sua frente e finalmente baixava a guarda, mas ainda se via que estava pronto para assassiná-lo se preciso.
— Os mortos devem ficar com os mortos... Mas ainda tenho um desejo dele a atender...
Unmei abre os olhos abruptamente e salta em direção ao garoto agarrando pelo colarinho com uma força tremenda, com lagrimas nos olhos ele tenta manter a calma, mas é impossível se acalmar depois de ouvir algo desse tipo.
Com um tom de raiva na voz e ofegante devido à dor que tais palavras haviam lhe causado, ele esmagava o tecido entre os dedos.
— Os mortos vivem dentro de nós meu jovem você mais do que ninguém deveria saber disso! As pessoas que morreram vivem em nossas lembranças, e nossos sentimentos não podem mudar apenas por não podermos vê-las mais! Entenda isso!
Soltando o colarinho do rapaz como se a força do seu corpo esvaísse, ele senta em meio à grama molhada pela neve afastada e pisada da noite, com os olhos agora tristes e fechados as ultimas lagrimas rolam por seu rosto como cristais descendo pela pele marcada por inúmeras batalhas. —Nunca diga isso de novo, Yaref vive dentro de nós, não o culpe por ter morrido, mas culpe a você por não ter sido forte o suficiente para protegê-lo.
Agora se levantando e tentando se recompor, Youzaki percebe o que havia feito, a dor de ter perdido Yaref ainda era recente, mais do que nunca havia percebido que sua fraqueza era sua impulsividade.
—Desculpe-me...
Espantado com o ímpeto do velho e viam-se nas mãos de Agnus mais uma vez a dominação da água pronta pra lhe proteger de qualquer coisa que ele tentasse. Ao que ele fechava o punho para desferir o golpe finalizante no velho que agora estava às curtas com ele, era arremessado para trás ouvindo as palavras do estranho e robusto que chorava abertamente, mas ainda com um silencio ocultado.
Assim que o mesmo se levantava, Agnus se punha mais uma vez em guarda pronto pra escapar dele, a aura azulada mais forte a envolver sua mão e ele se concentrava para fazer tudo de forma limpa e rápida, porem, assustava-se ao ver que o velho se desculpava, e pensava se isso seria um truque.
Sem pensar em mais nada, o rapaz respondia no mesmo tom que o velho de forma que ele pudesse entender cada palavra, e que como laminas, elas lhe adentrassem a mente sem piedade.
— Nunca disse que os mortos não estão comigo, velho idiota, apenas disse que eles devem ficar com os mortos, ou seja descansar enquanto ainda levo comigo seus nomes e seus orgulhos, assim como seus desejos e seus sentimentos. Uma vez que eles descansem, eu poderei dar a eles o que querem, mas se me assombrarem, apenas me atrapalharão a cumprir o desejo de que eu possa honrar seus nomes e que possa punir aquele que lhes deu esse destino sangrento. Não me venha com lições de moral ou ouse pensar que eu me esqueci de cada um deles, ou de cada coisa que aprendi com eles antes que tivesse esse destino de vagar em busca da minha própria vingança e proteger minha vida!
Youzaki agora pasmo com a resposta direta que ouvira e estagnado por achar que Yaref havia errado em escolhê-lo como pupilo começava a raciocinar melhor sobre suas palavras e seus conceitos premeditados.
O velho homem havia se precipitado em pensar em tal coisa, o jovem tinha determinação e ele não o levara a sério até agora, tudo fazia sentido, um desejo de assassinar misturado com a ira por ter perdido seu mestre e ainda a Leviathan tendo influencia sobre seus atos.
O monge estava com medo, pois estava em frente a um monstro que faria qualquer coisa por vingança. E como se nada houvesse acontecido antes e com uma voz solene e limpa. — Meu caro, estamos vivendo em tempos difíceis, e preciso que você me acompanhe até o monastério onde costumo ficar, lá poderemos discutir mais detalhadamente como poremos fim a esse mal e também ficaremos a salvo dos demônios.
Agora batendo em sua capa e tirando o resto da grama que havia sobrado persistente, Youzaki olha firmemente para o garoto com se esperasse alguma reação, alguma palavra, e ainda assim o medo percorria seu corpo, pois havia brincado com a morte antes e saiu ileso.
O garoto já não podia ouvir muito mais dele, deveria ele testar o que o velho realmente poderia fazer?
Como Yaref lhe ensinara, seria uma única chance de atacar, e sacar novamente a Rainha dos Mares nesse momento, seria o mesmo que pedir ao velho pra levar alguns golpes, que pela aparência, não seriam nada amigáveis. Talvez pudesse até mesmo ser letal.
Lançava-se sobre o homem a sua frente determinado a dar-lhe um golpe único que revelaria se realmente poderia fazer tão mal ao garoto... Ao se aproximar lateralmente, Agnus fechava à canhota virando o ombro no sentido do peito e observando o velho com os olhos vingativos que agora possuía por cima do mesmo ombro. Em seguida, bradava em som explicito e fervoroso lançando o punho envolvido na magia Elemental contra o torso do corpulento homem.
— Aqua Domain...
Uma magia que controla a água, não controlaria apenas a água que estava visível, mas toda água a sua volta. O rapaz alem de socar com toda força que tinha aquele homem, ainda forçava a água corrente no sangue do mesmo a puxá-lo para trás fazendo o mesmo voar por alguns metros. Dessa vez, ele deveria mostrar do que era capaz e o que queria, isso se realmente quisesse a confiança e que Agnus fosse com ele.
Com os olhos esbugalhados de surpresa, o velho coloca a mão acima da barriga onde o golpe fora desferido, ofegante e com uma dificuldade incrível pare respirar e seu corpo um pouco desestabilizado.
Youzaki percebe que quando fora atingido sentiu algo como se toda a água em seu corpo tivesse lhe causado dano, como um cão que morde a mão de seu dono, aquilo não poderia continuar, mas o monge não poderia desafiar o demônio.
[color=green]"Maldito, é como se ele pudesse controlar a água dentro do meu corpo, preciso manter a calma, afinal é só um moleque."[/color] – pensava o velho consigo se pondo mais uma vez em pé.
— Tsc... O que pretende com isso garoto? Foi um belo golpe, porém você não teve intenção de matar, talvez seja um teste? — Tirando o manto e jogando sobre a grama, O velho levanta a perna direita acima da cabeça e com um único golpe ele atinge o chão que começa a tremer se levantando a frente como um muro. Em seguida com o punho esquerdo ele golpeia o muro com uma força devastadora despedaçando o muro em pequenas, porém numerosas lanças que viajam a uma velocidade incrível em direção a Agnus. Quando tudo lhe parecia acabado, e Youzaki já podia imaginar as conseqüências de uma batalha contra a Leviathan, um súbito reflexo, e ele parecia movimentar-se de forma a acalmar seu corpo, e logo, as lanças de terra firme que viajavam incrivelmente rápidas em direção ao jovem Agnus começam a se desfazer em segundos, tornando-se apenas uma nuvem de areia, evitando qualquer reação adversa do demônio, deixando apenas uma das estacas intactas que atravessa varias arvores do bosque terminando cravada em uma arvore mais robusta a vários metros dali.
Ainda defensivo, Unmei aguardava uma reação de Agnus, visando que sua defesa estava na terra, e que a mesma ainda lhe seria a melhor forma de atacar.
Agnus apenas tivera tempo de concentrar a água a sua volta para uma defesa, mas ao que via que não teria novos ataques súbitos como aquele, dizia mais calmo e com um sorriso sarcástico ao velho.
— Pra que lado fica o monastério, velho?
Após tal pergunta, o homem apenas tratava de sorrir e guiar o garoto.
O tempo passou, e Agnus ficou por cerca de dois anos no monastério. Depois de se separar de Unmei — que dizia ir conseguir alguma ajuda para devolver a ordem ao mundo — Agnus voltava para a mansão Fey em Londres.
Os velhos empregados dos seus pais ainda estavam lá, e se espantavam com a volta do mesmo. Agora, herdeiro de uma fortuna e dos conhecimentos. Agnus bastava-se a um breve descanso e então, seguia para a biblioteca onde sempre vira seu pai. Passava ali três dias, e depois saia com o conhecimento que seu pai tinha escrito — diários, contos que ele costumava fazer para tirar os infortúnios de sua mente, e até mesmo livros de receita com anotações que seriam verdadeiras armadilhas para demônios.
O que ainda restara ali. Eram apenas os romances que sua mãe lia, que ele mesmo os leria depois. Mas agora era hora de conseguir mais ajuda. Afinal, seria uma vingança contra o rei dos demônios que ele buscaria daqui pra frente.
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Re: Só uma pequena tentativa...
Até segunda ordem, esse será o ultimo. Espero que gostem
- Capitulo não definido — Faça-me rir ou morra!:
A musica para os que quiserem
“Existem apenas três coisas importantes na vida. Comida, ouro e... Diabos, onde coloquei meu run?— Demetrios, o pirata bêbado.
Riggs se punha a porta observando o jardim da mansão a ponto de sair, e um olhar vagamente meditativo. Punha a boca um de seus cigarros, coisa que era habitual, já que parte das toxinas ali contidas ainda o mantinham vivo.
As orbes vermelhas entreabertas fixavam-se no inicio da noite com poucas nuvens com um pouco de solidão, e com um trago, lançava uma espessa nuvem no ar talvez esperando que o mundo se esvaísse com ela.
O silencio era quebrado pelo som bruto da Ducati preta que vinha em alta velocidade atravessando os portões da propriedade, e sobre ela, a assassina do punho de ferro. Enfiada em roupas justas de couro e um rifle 7330M16 nas costas. Olhava para o homem a porta e sorria de maneira sarcástica passando em seguida por ele.
Era estranho ter aquele sorriso expressado por outra pessoa, já que não era casual alguém sorrir para ele. Não era de costume sequer alguém olhar para John Riggs e não desviar os olhos com expressão amedrontada ou repulsiva.
Aquela lua esbranquiçada feito mármore banhava de uma luz da mesma cor inóspita o jardim dando frieza ao lugar. Especificamente falando, não é o lugar mais romântico pra se levar alguém a aquela hora.
Depois de mais um pesado trago, o cigarro ficara apenas em um toco chamuscado, o qual Riggs jogava ao fim das escadas e finalmente percebeu que havia algo a observar nos portões com grandes olhos brilhantes e visivelmente perversos. Como um lobo faminto, porem com tamanho descomunal.
— Hora da diversão? — o homem perguntava a si mesmo começando a descer as escadas lentamente.
Não demorou muito para a criatura começar a tentar abrir o portão dando fortes cabeçadas no mesmo. Mas eles não pareciam se render a força exercida sobre eles.
Logo, o desgostoso fumante que clamava por um pouco de violencia saltava sobre o portão próximo ao estranho lobo gigante. Um sorriso assassino típico se traçava nos lábios do homem que dava um passo a frente começando a analisar a criatura. A mesma, com os olhos prateados começava a se deformar e ficar apenas sobre as patas traseiras e se punha em pé. As patas dianteiras cresciam em dedos e em seguida, John Riggs estava de frente para uma das maiores lendas do mundo. Um lobisomem.
— Héh... Não sabia que essas coisas podiam aparecer assim...
Os dois se lançavam um contra o outro buscando sangue e punhos. Sede de carnificina em seus olhos.
O lobo — nada mais que uma criatura de dois metros e meio de altura, com mais pelos do que se pode imaginar em uma criatura de pelos curtos e ensebados — lançava as garras visando fazer John ao meio, mas apenas era surpreendido pela força descomunal do homem especialista em combate desarmado. O golpe da besta que era defendido e repelido pelo antebraço do homem, levava a manga do sobretudo fazendo o sorriso sumir dos lábios finos e esbranquiçados, como os de um homem morto (e por um acaso não seria?).
Riggs olhava a avaria enquanto a criatura se recompunha e jogava a peça ao chão ficando apenas com suas calças pesadas de brim preto e seus coturnos customizados. No pescoço, algo que parecia uma daquelas plaquetas militares, e olhando furioso para a criatura, partia para atacá-la.
Parava o segundo golpe com a palma da mão direita e envolvendo o punho esquerdo com uma pesada aura vermelho-arroxeada, desferia o soco destruidor que além de arrancar um uivo medonho da criatura, ainda fazia alguns dos dentes visivelmente afiados cair no solo.
Riggs parava de frente o lobo fora da postura de combate e com a cabeça levemente baixa olhando para ele em desfoco por trás das madeixas brancas. O outro, em fúria, saltava sobre o homem a fim de abocanhar-lhe o pescoço e depois de matá-lo, o transformar no jantar.
A mordida era evidente, e os furos enormes causados por ela também. E por meio desses, o sangue toxico de Riggs começava a vazar liberando um cheiro de enxofre incomodo que fazia a criatura ficar paralisada. A mesma tentava libertar-se, mas nada acontecia, e logo ela estava a tremer loucamente tendo espasmos.
— Tsc... Tedioso...
O fim da besta era tido com a onda cortante de laminas vermelho sangue que saiam de Riggs dilacerando a besta, que caia sem mais poder reagir. Os olhos arregalados, não se sabe, se pela surpresa do golpe ou se pelo desespero que a paralisia lhe causara. Apenas esbranquiçados pelo impacto do homem que deixara aquele corpo demoníaco em pedaços.
O homem — ainda sangrando um pouco pelos furos dos dentes — seguia novamente para dentro da mansão. Na porta, Del Hiero lhe esperava um pouco surpresa pelo ocorrido.
— Suas feridas... — mas antes que ela pudesse terminar a frase, o próprio sangue começava a reconstituir o homem deixando apenas pequenas marcas do que eram vertentes do sangue tóxico.
— Vou sair em trinta minutos, pelo que vejo de você, não parece que vai me deixar até que eu explique o que foi isso... Bom, arranque isso de mim... Se puder...
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Re: Só uma pequena tentativa...
Indo pro terceiro capítulo postado e já querendo mais. o3o Tá bom bagarai. o3o
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Re: Só uma pequena tentativa...
Não resisti... rs
- Capitulo? — Um bêbado e artilharia pesada.:
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“... Sangue? Que teoria interessante, me de o seu e vamos ver o que podemos fazer a respeito disso!— Antrax, Eutânista demoníaco
Cèfalu, 26 de junho de 2007. Hora local: 22:20.
Noites mal dormidas, pensamentos que se marcavam e assolavam as memórias passadas de mais um dia monótono... O que havia pra essa noite?
Pode se esperar tudo, principalmente na vida deste de pele alva e os olhos profundamente misteriosos que apenas tentava entender o que essas noites trariam de bom no fim. Talvez, nada fosse a resposta certa.
Com seu palito negro aberto, onde, por baixo via-se a camisa mal abotoada que esvoaçava ao vento da noite, o mesmo apenas parava de frente a uma tabacaria, onde no mesmo local um bar. Não hesitava em adentrar e se sentar de frente ao balcão pouco iluminado.
— Veio numa boa hora, rapaz. —dizia-lhe o barman que secava um copo largo e punha na frente do mesmo.
— Apenas hoje pra abrir mais sua sede, te darei uma doze por conta da casa.
O homem de meia idade e um bigode espesso e grisalho tinha um ar de pouco entusiasmo no rosto e a voz um pouco pesada, mostrando já o cansaço daquele dia pouco incomum.
Despejava de uma garrafa de uísque no copo do mesmo, aquele liquido de cor âmbar e cheiro forte, mas muito convidativo. Agnus esboçava um sorriso vago e quase invisível ao ver aquilo, mas deixava o copo por uns instantes no balcão. Seus olhos percorriam o local a observar o que abrigava mais alguns indivíduos.
Conversas altas e pouco interessantes dos que já estavam pra cair devido à quantidade de álcool ingerida. Apenas um deles parecia ainda sóbrio, um homem de rosto aterrador. Muito pálido, cabelos ralos que caiam levemente sobre a testa do mesmo e os orbes avermelhados como as de alguém que clama por sangue. Uma expressão sádica que saia do mesmo enquanto tirava o cigarro de marca desconhecida – e pelo jeito, barata - dos lábios estranhamente finos e lançava à fumaça espessa e tênue no ar. Das roupas? Nada que não se pudesse imaginar a um homem que entra num bar as vinte e duas horas numa noite tapada pelas nuvens da chuva que chegava aos poucos apenas para beber um pouco e arrumar alguma confusão.
Augustus levava o copo à boca lentamente e dava um breve gole e usava uma variação de seu Aqua Domain, apenas para sentir a quantidade de água no local, assim como as suas variações e alterações. Podia sentir a pressão do sangue de todos, mas a única que se mostrava incomum era a do homem que fumava. Seus batimentos eram mais rápidos que o normal. E pelo que ele podia perceber, ele carregava uma quantidade de metal considerável consigo. Possivelmente estaria armado ou teria uma bolsinha de moedas do tamanho de um cofre de um banco.
Não demorou muito até um dos que estavam mais alterados levantar sua voz contra aquele homem, tinha os olhos arregalados e o rosto quase na cor púrpura por se levar a gritar a todo o pulmão sobre algo de ele ter visto o mesmo com sua mulher.
No rosto daquele estranho homem, via-se um sorriso se formar nos lábios finos de forma extravagante a ponto de mostrar grande parte da sua arcada dentaria. O que deixava o bêbado ainda mais furioso. Jogava então a bebida de um copo a sua frente sobre o rosto do que tanto o provocara fazendo seu cigarro se apagar.
O dono do estabelecimento ia até Agnus e lhe dizia em tom baixo, que se não quisesse confusão, essa era a hora pra ir embora...
Agnus dava de ombros e ia saindo lentamente do local, enquanto o fumante furioso se levantava fazendo a mesa virar sobre o bêbado.
— Parece que temos um engraçadinho aqui... Quer brincar? Então vamos ver a quantos metros sua cabeça fica do seu corpo!
Partia pra cima do bêbado com um rápido saque de sua “combat knife” e degolava o homem a um único golpe.
— Héh... Esse era fraco demais... Da próxima vez, pensem duas vezes antes de cruzarem o meu caminho.
Esse mesmo usava um sobre tudo preto desbotado, sem camisa. Uma calça de couro e coturnos, que tinham alguns adornos em prata em formato de pequenos crânios. Seu nome? John Riggs, este mesmo estava sendo caçado pela Interpol há anos por mais de 1000 assassinatos sem explicação lógica. Guardava sua arma novamente na cintura e ia saindo do bar, que agora tinha um silencio mortal.
Este mesmo parava a porta e puxava o maço de cigarros do bolso pondo um deles a boca. Em seguida, o isqueiro em formato de crânio que acendia o fumo.
— Interessante forma de resolver as coisas...
E lá estava o rapaz de expressão fria como a Sibéria onde fora criado parte de sua vida, tinha um sorriso leve no rosto, mas ainda sim intimidador.
— Temos mais alguém aqui querendo entrar pras contas do Papa?
A forma sádica com que essas palavras eram proferidas por Riggs, mostrava claramente como esse tinha sede de sangue, e como esse adorava uma carnificina.
— Presumo que sim, mas não agora... Tenho uma proposta a lhe fazer... Já que posso ver em seus olhos que adora matar.
Riggs ficava apreensivo e levemente curioso sobre o que o mesmo dizia, mas mesmo assim, ainda não confiava em tudo aquilo. Seu cigarro começava a queimar em uma velocidade fora do comum, e ao que o mesmo terminava e era cuspido fora, o homem levava a boca mais um cigarro, que estranhamente se acendia e logo o pálido homem lançava à fumaça tênue no ar.
— Estou ouvindo e não tenho a noite toda...
—Estou com alguns “trabalhos” por aí, e preciso de ajuda de alguém que saiba se defender, enfim...
— E o que te faz pensar que eu trabalharia com alguém engomadinho como você?
— Me diga o que quer. Quem sabe não posso te ajudar enquanto você me ajuda...
Riggs ficava pensativo por um instante e tragava longa e lentamente o cigarro, consumindo quase a metade do mesmo.
— O que move o mundo, engomadinho? Por hora, acho que é só isso que você tem a me oferecer...
O homem terminava o cigarro e jogava a frente de Agnus num tom provocativo.
— O que move o mundo? Apenas as perguntas dos idiotas e o desejo de vingança da mente dos homens, assim como seus medos e suas falsas esperanças também...
— Heh! Mas que baboseira... – exalava a fumaça do último trago de forma altiva, enquanto retomava. — Dinheiro! Dinheiro move o mundo. E você deveria saber disso.
Agnus sorria de uma forma um pouco sarcástica e depois continuava com suas palavras leves e de tom negociante.
— Sua motivação por pagamento me impressiona, mas não posso dizer que vá eliminar assim tão fácil o meu alvo.
O homem de pele realmente pálida ao luar quase oculto parecia começar a se irritar levemente com a conversa do rapaz a sua frente e ignorar o que o rapaz dizia sobre tudo aquilo.
—Tch... Riquinhos e seus joguinhos de merda... — de súbito, John parava. Sua feição mudava, parecendo ter certo respeito pelo outro. — Porem agora você é meu contratante, não? Dê-me o nome do infeliz... — bradava o mesmo.
As nuvens se formavam de forma estranha no céu como se trouxessem as lagrimas de uma viúva inconsolável a beira do caixão do filho que fora levado junto ao marido. Feito isso, Agnus virava um pouco o corpo olhando ainda mais longe.
— Imagino que conheça o que chamam de pai da mentira, também conhecido como Lúcifer, não? Pois bem, esse é o alvo. Quero que o encontre, e não faz diferença se o matar. Mas a principio, encontre-o e terá seu pagamento.
— Lúcifer? — John sorria com certo escárnio e tentava ocultar, talvez um receio por ouvir aquele nome assim repentinamente. — Fala de Lúcifer, o senhor dos demônios? Você tem muito dinheiro, não é, engomadinho? — de uma forma estranha, o homem dava uma ênfase ao “muito” de forma a mostrar que o dinheiro pago faria toda diferença.
Agnus balançava a cabeça mostrando que aquilo era algo realmente banal a se perguntar, punha as mãos nos bolsos e ao que se voltava a ele, via-se ao longe um raio cortar o espaço entre as nuvens e um arranha céu pouco distante. Ao que o som estrondoso cessava, Agnus começava a falar novamente.
— Se dinheiro fosse algum problema, acha mesmo que eu o procuraria?
Riggs parecia expressar um leve sorriso interessado enquanto levava outro cigarro à boca.
“Talvez termine mesmo encontrando Ele, e me envolvendo com esse bastardo... Por enquanto, estaremos do mesmo lado.”— pensava John com avidez, e então encarava Agnus, e bradava com seu padrão negociante.
— Algum adiantamento?
— Acho justo, mas vamos tratar de valores em um lugar mais apropriado?
— Tá aí uma boa idéia... — o assassino sabia que poderia ser uma armadilha, mas confiava em suas habilidades o suficiente para “confiar” no futuro contratante.
Os dois se punham a caminhar até um Mustang GT preto estacionado há poucos minutos dali, e ao que entravam, partiam seguindo a ruela e depois, a avenida que aparentava ser principal rumo aos limites da cidade.
Viam-se mais a frente, portões de ferro pesados, que se abriam lentamente conforme o carro se aproximava. Era uma espécie de jardim gigantesco e a uns cem metros, uma mansão com poucas luzes acesas se pontuava.
Adentravam. O lugar por dentro era ainda mais impressionante. Colunas de mármore se erguiam aqui e ali pelo hall de entrada e escadas se dividiam entre as duas partes do andar superior, que formava uma espécie de parapeito circular. No centro do piso, via-se um enorme símbolo gravado em baixo relevo. Um circulo, contendo dentro de si um escudo atravessado por duas espadas. E no escudo, o entalho de um dragão ascendente.
— Estou com um pouco de falta de serviçais no momento... Posso oferecer algo pra beber?
Riggs olhava a mansão de forma interessada, será que a pediria como pagamento por caçar?
Tal interesse do mesmo fazia Agnus abrir um sorriso. — Sr. Riggs?
O homem, sem tirar os olhos das tapeçarias, John respondia de forma ríspida, como se pouco interessasse o que o rapaz tinha a dizer.
— Tequila...
— Me acompanhe, por favor...
Depois de servir a bebida e acomodar os dois, Agnus olhava seriamente para o homem, e começava a bradar abertamente.
— Vejo que se interessou pelas tapeçarias persas, Sr. Riggs... Sabe qual o valor delas?
John tragava o copo a um único gole e então respondia secamente. — O que quero é dinheiro, e não pedaços de pano...
— Uma dessas tapeçarias, seria o suficiente pra manter a você o resto da vida, e mais duas gerações à frente... — Bradava Agnus ignorando as palavras do homem. — Mas como vejo que isso pouco lhe importa, ofereço-lhe seis bilhões de libras para caçar o demônio, e se me passar seus dados de conta bancaria, transferirei trinta por cento imediatamente, e o resto quando me der à localização do mesmo e ela for comprovada como verdadeira. De acordo, Sr. Riggs?
Riggs se levantava e punha-se a fumar mais uma vez e caminhar observando o lugar.
— 099568-561... Assim que for comprovado o adiantamento, começarei o serviço.
Minutos depois, Agnus colocava o celular no viva voz, e uma voz doce dizia a eles calmamente, “transferência completa, Sr, Fey, posso ajudá-lo em algo mais?”
— Não, por enquanto é só... – e desligava o aparelho voltando-se novamente para o contraventor da lei. — Tenha uma boa noite. Se precisar de qualquer coisa, fale com o zelador numa pequena casa a frente da mansão, o nome dele é Antonino, ele lhe ajudará.
Feito isso, o homem seguia para fora da casa acompanhado de seu anfitrião com a missão de encontrar seu alvo e em seguida, receber o pagamento restante.
Porem, algo inesperado acontecia.
A policia surgia com inúmeras viaturas arruinando o jardim que Agnus prezava pela memória de sua mãe. Ao que o comandante começava a gritar algo no megafone, o rapaz movimentava a mão deixando um rastro azulado no ar.
No mesmo instante, a água que havia no local se transformava numa espécie de chicote e golpeava sem piedade aos oficiais, virando seus carros e arremessando seus corpos.
Logo, seus olhos mostravam um leve brilho azulado, e tudo que tinha algum sinal de ser da policia era arremessado pra fora dos limites da propriedade. Ainda era possível ver que estavam vivos, mas não poderiam ferir nem mesmo uma criança indefesa no estado em que se encontravam.
O mesmo respirava profundamente e logo dava as costas à entrada dizendo calmamente ao seu convidado.
— Esteja à vontade para começar a trabalhar, Sr. Riggs...
Feito isso, ele adentrava novamente e fechava as portas.
Hefesto- Deuses
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