[Dinâmica] ۞ O Castelo do Esquecimento ۞

TAG: i... stil awake...; WEARING: Dealy Beloved; NOTES: but isn't just a dream?

who am i? what am i... here for?

Quem... sou eu?
Por que eu estou aqui?

Eu estava a enxergar a escuridão e primeiramente pensei que este fosse o caso, mas algo estava terrivelmente errado: aquela era uma escuridão sem tons ou cores, simplesmente vazia. Não era a escuridão com todas as cores que eu estava acostumada.

Então eu reparei que, de alguma forma, havia luz. Apesar da ausência da cor, havia luz. Eu sentia o meu cheiro, escutava a minha respiração, sentia as roupas tocarem o meu corpo. Passei a mão na boca, sentido o gosto de ferro e sal: meu lábio estava um pouco rachado.
Eu apresentava todos os sentidos que deveria... eu estava viva?

Falando nisso... roupas. Que roupas?

Pequenos flashes de memoria vieram a minha cabeça, porém nenhum preenchia o vazio que havia a minha mente. Igualmente, nenhum deles explicava a minha vestimenta: uma capa negra que contrastava terrivelmente com o branco opressor daquela sala. Eu via levemente o pedaço de uma camiseta branca e puxei o zíper que fechava o casaco mais para cima. Eu também vestia uma bermuda jeans, provavelmente.

Instintivamente, eu apalpei o redor procurando alguma coisa. Meus dedos se fecharam ao redor de uma delicada estrutura de prata cilíndrica mais ou menos da minha altura e adornada com simplicidade na ponta superior: a inferior parecia ligeiramente afiada. Como as pessoas chamavam aquilo... um cajado?

Talvez eu tivesse que me preocupar com o fato das minhas memorias não estarem comigo. Eu simplesmente não sabia que deveria me desesperar. Minhas reações simplesmente eram lentas devida a confusão momentânea, mas eu estava em um estado de calma absoluta.

- Ajude-me... - a voz era estranha, não apenas pelo eco. Eu não saberia dizer o que estava errado, nem mesmo se eu tivesse com minhas memorias intactas. Apertei o cajado até os nós dos meus dedos ficarem brancos.

Quem é você... ? Quem sou eu... ?, eu queria perguntar para a voz. Eu tinha memorias, embora algumas estivessem faltando, mas não conseguia me lembrar direito do meu nome. Parecia que tudo antes havia simplesmente sido um sonho, e agora eu havia acordado para a realidade.

Subitamente, algo parecia cair do teto do comodo. Eu estendi inutilmente os braços como se pudesse agarrar aquilo que, na minha visão, se parecia com uma estrela. Eu agarrei a folha de papel com as mãos um pouco fracas e a olhei, tentando decifra-la.
Aquele era o meu traço. Eu nunca havia feito aquele desenho, que eu me lembre, mas aquele era o meu traço. Eu reconheci algumas características da minha técnica autodidata com o giz quando encarei o papel. Como...

A imagem era simplesmente fascinante. Eu estava lá, empunhando uma espada; meu inimigo era uma figura encapuzada. Talvez uma mulher, mas eu não confiava em mim o bastante para julgar.

Um buraco de escuridão completamente negra se abriu onde eu estava ajoelhada. Em meu estado, eu não fiz muita coisa. Não gritei. Não tentei fugir. Apenas fiquei lá e aceitei, segurando a folha e o cajado enquanto via o que iria acontecer.

Trevas.

Depois daquele breve momento, novamente houve o "nada", pois era aquilo que a sala era. Algo estava diferente da última vez: havia uma porta. Guardando o desenho dentro de um bolso da melhor maneira o possível, peguei o cajado e andei rapidamente até lá.
A minha mão enluvada encostou de leve na superfície do portal. Eu fiz um pouco de pressão e observei a porta se abrir, segurando o cajado em uma posição instintiva.

where nothing gathers...

TANKS BEECKY, AT OOPS!

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who am i? what am i... here for?

Dia após dia após dia. As teias de aranha se traçam, feitas com aquele fio vermelho sutilmente ligado as flores de lycoris. A claridade me cegou por um instante.

Por um segundo, achei que era disso que se tratava: flores do cemitério. Não, eram papoulas. Era de certa forma... decepcionante. Os aromas do lugar vieram até mim e eu tampei o nariz, me amaldiçoando por ter um olfato tão apurado: o cheiro das flores era forte demais, mas, entre ele, havia um aroma desconhecido.
Arregalei os olhos, reparando na figura negra no horizonte. Ela parecia também ter me visto e começou a correr. Eu a segui.

- Não... espere!! - gritei, um pouco desesperada. Quase tropecei em algum obstaculo no caminho, mas dobrei a velocidade - Quem é você? Quem sou... eu?

Talvez eu fosse alcança-la quando desapareceu em uma luz branca e desta vez, tropecei e cai para a frente. Minha mão bateu em algo e, de joelhos, eu olhei o que era: uma porta, como a que eu entrará para aquela sala. Protegida por magia? Provavelmente: eu não podia ver o que havia além da porta.

Eu poderia alcançar a figura escura se seguisse por ali? Talvez. Embora eu tivesse uma forte convicção que aquilo fora magia: ela poderia estar a quilômetros dali e não na sala seguinte. Suspirei, lançando um rápido olhar ao campo de papoulas.
Iria explorar um pouco. Caso não achasse nada, voltaria e iria para a porta e passaria para a próxima sala. Enquanto as papoulas frias e úmidas entravam em contato com a minha pele, eu percebi uma coisa: Sion... onde estava o dimon?

Comecei a entrar em panico e conferi o cajado nas minhas costas. Até que Sion reaparecesse, eu não poderia usar magia: teria que me valer da umbracinese. Falando nisso... estava de noite ou não? Eu não tinha certeza por causa do espaço fechado.

E tudo que restava de mim era uma memoria em um céu vazio.

where nothing gathers...

TANKS BEECKY, AT OOPS!