Fic / As Crônicas de Clark - O Livro Perdido / Flaneli W. Stanf

-Ah, Mortis! Eu amo esse lugar! – A voz rouca do Dr. Stan ecoou pela rua. A névoa do local estava densa, impossibilitando a visão de muitos. A noite já caíra há horas, a madrugada chegava. Dr. Stan, um homem com corpo humanóide, músculos e altura duas vezes maiores do que um boxeador profissional, escalava agora a maior torre do Castelo Dorminik. Ele vestia apenas uma calça social preta, rasgada até os joelhos, o peito nu soava assim como sua careca e o charuto fumegava no canto direito de sua boca. Os motivos do humanóide eram bem simples, os dias do Gafreino iriam começar daqui a poucas horas. Você irá descobrir o que eles são e o que é o que nessa história, mas, um pouco mais a frente. Voltando a cena, Dr. Stan – agora no topo da torre – ficara de pé, olhando em volta e sorrindo com seu charuto fumegante, feito por ele mesmo, na medida certa para seu tamanho. O grosso charuto acabava aos poucos, sem saber muito, Dr. Stan mal sabia que tanto ele, quanto seu charuto iria acabar logo. Da rua principal, o uivo do lobo ecoou com a mesma força do grito de Dr. Stan. Surpreso, o humanóide se jogou em direção a outra torre, uma um pouco menor que a de antes. O telhado da torre era coberto de musgo, um passo em falso e Dr. Stan cairia. Outro uivo.
-Saia daí, lobinho! –Gritou Stan. – Vamos nos divertir um pouco!
-A Irmandade não permite diversão, Stan. – Disse uma voz oculta. Ela era grave, correta e sombria.
-Ora, ora... Parece que sua escolinha de dementes é muito entediante... Vamos lá, apareça para mim comer seu cérebro...
-Dementes? Pelo menos a Irmandade ensina a falar direito. Para ‘’mim’’ não, ‘’para eu’’. –Corrigiu a voz.
-Cale a boca! Aliás, o erro dos dias do Gafreino foi criar coisinhas do seu tipo! – Stan gargalhou, houve um estalo, depois, um ruído como um rato gritando em desespero antes de ser morto.
-Adeus, Stan. Espero que tenha aproveitado esse último charuto. –A voz alertou, Stan ignorou.
-Hahaha! Isso foi uma amea... – Então, a flecha disparada pela voz simplesmente atravessou o peito de Stan, que cambaleou para trás e se viu escorregar pelo pequeno telhado da torre. – Desgraçado! – Gritou Stan. – Você me paga! Você e toda aquela... – O sangue começou a escorrer da boca de Stan. Outro estalo, outra flecha. Esta atravessou, por fim, a cabeça de Stan. O humanóide largou o charuto, sem mais vida, o corpo moribundo caiu da torre, mais de quinze metros de altura. O grande estrondo foi escutado por toda a rua em frente ao Castelo Dorminik. O corpo de Dr. Stan caiu esticado anormalmente. Um jovem saiu das sombras, ele era alto – para sua idade – por volta de um metro e setenta e cinco de altura, era magro e tinha braços e pernas longas, seu corpo era parecido como os de nadadores. Ele vestia uma blusa de lã marrom, calça preta de algodão e uma capa grossa com um grande bolso no meio. O jovem olhou para Stan, cuspiu no chão e ficou parado. Praticamente todos os ossos importantes quebrados, deduziu.
-Menos um. –Murmurou. Clark, o jovem assassino, guardou a besta, fez um círculo com giz em volta do corpo e abriu um grosso livro – o qual retirou do bolso, na capa- um pano preto cobria a capa do livro, impedindo a leitura de seu nome. Clark procurou a página que queria. Encontrou-a facilmente, já tinha feito isso várias vezes na base 32 da Irmandade. – Ortsom, elever aus amrof! – O círculo brilhou, a forma de Dr. Stan foi diminuindo claramente, se tornou um homem magricela, cabelos ruivos e grisalhos cresceram em sua cabeça, um dedo desapareceu de sua mão e três dentes de sua boca. Clark guardou o livro no grande bolso na capa, ao mesmo tempo retirou um pequeno fichário, abriu-o e passou algumas páginas, analisando os retratos nas folhas e o rosto do homem.
-Sr. Mert Yan LaJoy... – Clark leu, suspirou, guardou o fixário e colocou o pano que cobria o livro sobre o corpo do homem. – Ajudante do rei... Euq so said od onierfag meduja.
Clark deu meia-volta, pegou a besta e continuou a caminhar até o final da rua, sem dificuldades ao ver sobre a névoa, entrou em uma casa abandonada.
A casa estava totalmente empoeirada, teias de aranha repousavam sobre cadeiras, mesas e teto, fora as escadas. Clark deu três passos para dentro da casa, totalmente escuda. Ele abriu a mão e murmurou – Oãm ogof! – Sua mão chamuscou, então, explodiu em fogo. Clark não havia aprendido muito bem a manipular este feitiço, particularmente, ele odiava fogo, mas sentia que para viver, precisava dele. A sala se iluminou, Clark viu aranhas em todos os cantos, não se intimidou. Deu mais três passos e pisou com força no chão. O piso de madeira cedeu, quebrando-se facilmente e revelando um túnel. A mão de Clark continuou ‘’acesa’’. O jovem pisou mais vezes em volta do buraco e entrou no túnel. Seguiu-o até chegar a uma porta. Na porta havia uma placa que dizia: ‘’Irmandade, Base 32, Mortis.’’. Ele entrou e se surpreendeu.

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Bom pessoal, essa é apenas a base. Clark será o principal. Para quem não entendeu, a história se passa em um mundo diferente do nosso, onde um acontecimento chamado ''Os Dias do Gafreino'' transformou pessoas. Não vou contar muito pra não tirar a graça. Francamente, não sei se vão gostar, mas eu achei muito da hora.

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